sábado, 11 de julho de 2015

Arte Pastoril Alentejana

Colher (Dimensões: 31 x 8,5 cm; Peso: 82 g)
Executada em 1974 em pau de bucho, levou 35 horas 
a ser confeccionada e custou na época, 350$00,
o que corresponde hoje a 53,6 €.
Colecção particular.

Garfo (dimensões: (24 x 3,5 cm; Peso: 26 g)
 Executado em 1973 em pau de bucho.
Em 1985 era vendido por 2000$00,
o que corresponde hoje a 112,5 €.
Colecção particular.

Tão certo como o Alentejo não ter sombra, senão a que vem do céu, é que, sem sombra de dúvida, que a arte pastoril alentejana é uma das mais ricas e expressivas manifestações de arte popular portuguesa.
Com uma simples navalha, ora se escava a madeira em baixo ou alto-relevo, ora se borda artística filigrana que nos faz lembrar o ouro minhoto. O motivo é fruto do imaginário do artista popular e tem sempre um significado expresso na pauta, muitas vezes de madeira, mas também de cortiça e de chifre, tal como um virtuoso violinista que com o seu preciso arco, faz vibrar as tensas cordas do seu violino. A sinfonia é a mesma. A peça executada tem sempre uma função para a qual foi concebida e executada: a de poder ser utilizada ou como forma de expressar a paixão nutrida pela mulher amada ou o respeito e consideração pelo patrão que dá trabalho. São certezas ancestrais que remontam à memória dos tempos. São estados de alma e convicções profundas que registam magistralmente naquilo que a terra dá, os traços indeléveis da identidade cultural alentejana.
 
Copiado do blog do nosso compadre Hernâni Matos:

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